O jornalista Marcelo Leite, da Folha de S. Paulo, esteve na tarde de hoje no auditório do Instituto do Cérebro da UFRN, proferindo a palestra “Desafios do Jornalismo de Ciência” e comentando sobre seu último livro, “Psiconautas” (Fósforo, 2021). Apresentado pelo neurocientista Dráulio Araújo, professor e pesquisador do ICe na área de psicoativos, Marcelo falou para alunos, professores, interessados no tema e jornalistas por cerca de uma hora e meia, pontuando sua fala com experiências profissionais e respondendo a perguntas do público.
Na oportunidade, Marcelo leu um trecho de seu livro “Psiconautas” que reporta um pouco da pesquisa desenvolvida pelo professor Dráulio Araújo no Hospital Onofre Lopes, onde é utilizado ayahuasca no tratamento de pacientes com depressão resistente aos medicamentos convencionais. Ele contou que esse estudo foi um dos pontos de partida na sua própria pesquisa sobre ciência psicodélica.
O jornalista também pontuou tópicos que considera importantes na cobertura dos temas em ciências pela mídia e das dificuldades desse trabalho. Por exemplo, Marcelo citou a Pesquisa de Percepção Pública de Ciência e Tecnologia, publicada em 2019, que indica um interesse sobre ciência relativamente alto da população (62% – mais alto até que política, esporte, arte e cultura). Porém a imensa maioria não sabe citar o nome de um cientista (90%) nem de nenhuma instituição que faça pesquisa (88%).
Marcelo também respondeu várias perguntas do público que assistiu à palestra sobre, por exemplo, como surgiram as metáforas utilizadas no livro, como facilitar a compreensão sem cair na banalização e como um senhor na casa dos 60 anos tem descoberto uma nova área de interesse na carreira – o que, para ele, é uma das melhores coisas de ser jornalista: poder aprender coisas novas mesmo com muito tempo de profissão.