Divulgado na última semana, o artigo “Psychedelic science and Indigenous shamanism: an urgent dialogue” é assinado pelo professor Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro da UFRN; pela médica e ativista indígena Adana Omágua Kambeba; e pela antropóloga Beatriz Caiuby Labate. O texto pode ler lido aqui.
No artigo, os autores afirmam que os novos usos dos remédios da floresta em áreas urbanas têm despertado interesse da comunidade científica e da indústria farmacêutica. Mas não se trata apenas de substituir os medicamentos convencionais e sim de administrar uma Psychedelic-Assisted Therapy (PAT) – em português, terapia psicodélica assistida – em que o equilíbrio entre substância, dose, pessoa e estímulo durante e após a experiência é personalizado.
“A psiquiatria tradicional se beneficiaria enormemente da consulta direta, do intercâmbio e da colaboração com xamãs e lideranças espirituais indígenas, abrindo um diálogo horizontal que também é positivo para as comunidades”, diz o texto, que ainda ressalta a necessidade de valorizar e reconhecer os saberes indígenas, e de os cientistas buscarem, com humildade, uma relação de reciprocidade com estes povos.