Nota de Esclarecimento

O Instituto do Cérebro (ICe) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informa que a reportagem “TCU aponta irregularidades em obra de Miguel Nicolelis”, publicada pela Folha de S. Paulo, apresenta um erro sobre a origem da unidade acadêmica, pois a criação do projeto de repatriação de neurocientistas brasileiros ocorreu, em 1995, com Claudio Mello, Sergio Neuenschwander e Sidarta Ribeiro.

Os três pesquisadores elaboraram a primeira versão do projeto e receberam o apoio do prêmio Nobel Torsten Wiesel; do então presidente do Banco de Boston, Henrique Meirelles; e de vários outros pesquisadores no Brasil e no exterior. Somente após alguns anos, em 1998, o grupo firmou parceria com Miguel Nicolelis e o convidou para participar do projeto.

Em 2003, Nicolelis passou a liderar a proposta de criação de um instituto de pesquisa sobre o cérebro, já na terceira versão do projeto. Portanto, a repatriação é uma proposta que antecede a participação de Nicolelis em alguns anos – e não por acaso foi o grupo idealizador que, de fato, regressou ao Brasil.

O que aconteceu, em setembro de 2011, não foi meramente a saída de professores da UFRN envolvidos no Instituto Internacional de Neurociência de Natal (IINN), mas sim a saída de todos os professores que haviam sido repatriados, inclusive aqueles que iniciaram o projeto em 1995, para criar o Instituto do Cérebro da UFRN.

Desde então, o ICe-UFRN apresenta um número significativo de publicação de artigos, mesmo contando com uma pequena fração do total de recursos investidos no projeto. O que pode ser constatado observando a produção anual, em 2011, quando o Instituto do Cérebro – UFRN registrou 15 artigos publicados; em 2012, foram 29; no ano seguinte, 36; em 2014, 42; e até setembro de 2015 já foram produzidos 28 trabalhos, totalizando 150 pesquisas publicadas desde sua criação.

Essa produção não é apenas significativa do ponto de vista quantitativo, mas também é de alta qualidade, uma vez que mais de 60% dos trabalhos foram publicados em revistas Qualis “A” (nível mais elevado de conceituação da produção intelectual utilizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes).