Artigo dos pesquisadores Natália Bezerra Mota, Mauro Copelli (UFPE) e Sidarta Ribeiro (ICe-UFRN) desenvolvido no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe-UFRN), foi o grande vencedor da 16ª edição do Prêmio de Incentivo em Ciência, Tecnologia e Inovação, na categoria “Trabalho Científico Publicado”.
Com o título “Desordens do pensamento medidas como estrutura aleatória de fala classificam sintomas negativos e diagnóstico de esquizofrenia com seis meses de antecedência”, a pesquisa, publicada na revista científica Schizophrenia, do grupo Nature, levou o prêmio máximo de R$ 50 mil. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 29, durante premiação em São Paulo.
O trabalho oferece um novo método que antecipa o diagnóstico de esquizofrenia em pelo menos seis meses, evitando expor o paciente a tratamentos mais demorados e a medicação errada. Os pesquisadores observaram que, em média, o diagnóstico da esquizofrenia é dado com atraso de um a dois anos, entre o início dos sintomas e o acompanhamento e tratamento adequados. Este retardo, segundo ela, está associado a um pior prognóstico com maior gravidade de sintomas negativos e maior taxa de hospitalização
Ao todo, 522 trabalhos foram inscritos nas cinco categorias do prêmio, mas apenas 32 pesquisadores foram contemplados. Com perspectiva de incentivar projetos na área de ciência, tecnologia e inovação em saúde, relacionados às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), a iniciativa já recebeu 5.872 inscrições, desde que foi criado. Destes, apenas 63 receberam prêmio em dinheiro e outros 307 levaram menções honrosas.
Para o professor Sidarta Ribeiro, o prêmio motiva a pesquisa aplicada que pode beneficiar diretamente a população de baixa renda que utiliza o SUS. “É um incentivo para seguir pesquisando e lutando para manter abertos os laboratórios neste momento de ataques à ciência”, destaca.
