Pesquisa desenvolvida no Instituto do Cérebro da UFRN abre portas para regeneração de células que podem devolver a visão em patologias irreversíveis
Doenças degenerativas da visão são as principais causas de cegueira no mundo. Estima-se que em 2015, 36 milhões de pessoas deixaram de ver e as projeções para o futuro são de que este problema tende a triplicar.
Nos EUA, a retinopatia diabética, uma das muitas retinopatias degenerativas, é a principal causa de cegueira em pessoas com idades entre 20 e 74 anos. O Brasil não possui dados exatos, mas acredita-se que este mal atinja cerca de 2 milhões de pessoas.
Retinopatias são lesões não inflamatórias da retina ocular. Assim como o glaucoma, a neurite óptica, entre outras, são doenças que não têm cura. Alguns tratamentos e cirurgias impedem o avanço, mas não recuperam a visão perdida. Isso só acontece, em alguns casos, através de transplante.
A ciência tem apostado na regeneração celular como solução contra a cegueira. Muito já foi divulgado sobre o assunto, mas um estudo publicado por pesquisadores do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe/UFRN), em parceria com o Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) e o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, representa um grande passo nesta corrida.
Com o título “Evidência da conversão de Müller glia em células ganglionares da retina usando Neurogenin2”, a pesquisa publicada no jornal suíço Frontiers in Cellular Neuroscience mostra ser possível converter células gliais de Müller (MGCs) em neurônios com características típicas de neurônios da retina, tais como fotorreceptores e células ganglionares.