G1 – Reportagem de Ana Carolina Raimundi para o Fantástico/Globo
Neurocientista Sidarta Ribeiro e psiquiatra Joel Birman explicam os mistérios por trás da ciência do sono. Pessoas sonham de 4 a 5 vezes por noite, todas as noites.
Não tem como fugir dele. Querendo ou não. Em qualquer lugar do planeta quando alguém fecha os olhos e dorme. Ele aparece.
“Todo mundo sonha sim quando dorme, de dia ou de noite, quando dorme sonha. E podem durar uns 40 minutos, 50 minutos”, explica Sidarta Ribeiro.
Sidarta Ribeiro é vice-diretor do Instituto do Cérebro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, referência no estudo da relação entre sono, sonho e memória. Este ano, Sidarta lançou o livro “O oráculo da noite – a história e a ciência do sonho”.
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“A gente sonha durante todo o sono mas o sonho só é intenso na segunda metade da noite que é dominada pelo sono REM, a fase do movimento rápido dos olhos. E como a gente tem de quatro a cinco episódios de sono REM por noite, a gente sonha no mínimo de quatro a cinco vezes por noite”, diz Sidarta.
Cinco sonhos de 50 minutos. A gente passa pelo menos quatro horas por noite vivendo em outro mundo. Como se chega nele?
O neurocientista explica que o sonho é a passagem de atividade elétrica por um determinado circuito cerebral ligado à memória. Esse estímulo se espalha por áreas do córtex e também ativa uma pequena região chamada VTA. Ali é produzido um neurotransmissor que sinaliza quando uma lembrança é positiva ou negativa. Ali tem matéria-prima para sonhos lindos e para os piores pesadelos.
Neide Leme acredita que tem sonhos premonitórios porque a vida inteira ela sonhou e aconteceu. Uma vez ela sonhou que tinham roubado o carro do marido, o Carlos. O marido foi trabalhar de carro. E quando voltou para onde tinha estacionado, viu um rapaz levando o carro. O sonho virou realidade.
“Eu acredito que o sonho me mostra o futuro”, afirma Neide.